A evolução do trabalhador autônomo no Brasil e no mundo

 



O desenvolvimento  do trabalhador autônomo no Brasil e no mundo.

Um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que, em 2019, o país atingiu o número de 52 milhões de brasileiros que possuem negócio próprio.

Deste total, 9,031 milhões são microempreendedores individuais (MEIs), segundo pesquisa do Sebrae.

De acordo com estudo de 2022, o número de MEIs no Brasil aumentou 3,1 milhões em relação a 2020, o que corresponde a 80% dos negócios abertos. Com isso, as micro e pequenas empresas espalhadas pelo país já representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

O crescimento do número de MEIs no país apontado pelo Sebrae mostra que, entre as dez atividades mais registradas no Brasil em 2021, as primeiras estão relacionadas à alimentação; mercado pet; lojas virtuais; artesanato personalizado; infoproduto, assistência em informática; mercado de afiliados.

O comércio de artigo de vestuário e acessórios encabeça a lista, com 186.203 aberturas em 2019, seguido pelo trabalho de cabeleireiro, manicure e pedicure, que ganhou 142.006 MEIs no último ano.

Entre as demais atividades estão a promoção de vendas, com 124.806 registros; obras de alvenaria, com 104.341 novos negócios, e o comércio de cosméticos, produtos de higiene e perfumaria, responsável por outras 98.810 aberturas.

Desafios enfrentados

A Endeavor Brasil (uma organização global sem fins lucrativos presente no Brasil há 20 anos) listou os cinco maiores desafios enfrentados pelos empreendedores brasileiros. A gestão de pessoas e a gestão financeira foram apontadas como as grandes barreiras a serem vencidas pelos administradores dos próprios negócios.

A burocracia no processo de abertura das empresas e o valor dos impostos também foram lembrados como desafios, seguidos pela dificuldade em inovar e também de investir em marketing e vendas.

Empresas pelo Brasil

São Paulo é a maior cidade do país e também a melhor para se empreender, segundo análise do Sebrae e da Endeavor Brasil que considerou 55 indicadores de sete grupos: ambiente regulatório, acesso a capital, mercado, inovação, infraestrutura, capital humano e cultura empreendedora. 

Depois da capital paulista, Florianópolis, em Santa Catarina, e Vitória, no Espírito Santo, foram as melhores colocadas na lista.

Burocracia Brasileira

Atualmente tivemos uma expressiva melhora no prazo de abertura de empresas por todo o território brasileiro, e estamos aos poucos saindo da lista dos países mais morosos para se abrir uma empresa, hoje a média é de dois dias e 13 horas para abrir uma empresa.

Uma série de ações são tomadas pelo Governo Federal e Estadual a fim de reduzir a burocracia e o tempo de abertura de empresas aqui no Brasil.

Exemplo disso é a implementação do balcão único, esse sistema traz a substituição dos serviços prestados em quatro portais, em sete diferentes fases, com única interação, de modo que prefeitura, Junta Comercial, Receita Federal, todos esses órgãos com o qual o empreendedor precisa se relacionar, já interagem ali de forma automática num único procedimento

Características do brasileiro

Uma das principais características do brasileiro é a criatividade e ela deve ser usada na hora de iniciar um negócio. Sem criatividade, mesmo que haja abundância de recursos, será muito difícil dar início a um projeto, e mais complexo ainda fazê-lo sobreviver em longo prazo.

Mas criatividade não basta, é preciso ter ousadia para tirar os sonhos do papel e começar a gerar resultados na prática: a isso dá-se o nome de inovação. É indispensável que o empreendedor brasileiro seja cada vez mais inovador, capaz de colocar a “mão na massa”.

A realidade é que adversidades sempre vão existir, mesmo nos países mais desenvolvidos. Por isso, o foco não deve estar na crise ou na burocracia, mas em como esses obstáculos serão contornados para criar negócios prósperos, inovadores e longevos


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Período de crise

De acordo com Joseph Schumpeter (um economista e cientista político austríaco, considerado um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, e foi um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como motor do desenvolvimento capitalista), toda nação passa por um ciclo econômico composto por 4 principais etapas: boom, recessão, depressão e recuperação. Nos últimos anos, o Brasil passou por um dos mais longos períodos de depressão, mas hoje dá sinais de recuperação.

O período de crise foi significante para crivar os negócios que realmente têm propostas de valor aos clientes, bem como para despertar a criatividade dos empreendedores. Atualmente, é possível ver estabelecimentos com um viés colaborativo muito mais intenso, como: o aluguel de produtos, compartilhamento de meios de transporte e até de locais para trabalho.

Novas tendências de mercado

Muitas mudanças já são levadas a sério com tudo que vivemos nos últimos anos no nosso país. O crescimento de inovações tecnológicas é usado para melhorar o relacionamento com o cliente e para descobrir novas oportunidades de negócios para se diferenciar dos concorrentes.

Isso faz com que o profissional PJ ou autônomo tenha um leque maior para ofertar seus produtos e serviços pelo meio online e criar novos modelos de negócios de forma mais simplificada.

1. Trabalho remoto

Um estudo do coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, mostra que o “home office”, o popular trabalho em casa, terá ainda um aumento de 30% após o período de distanciamento social.

Para enfrentar esse novo cenário que se desenha rapidamente, líderes de negócios precisam pensar, testar e aprender a usar cada vez mais a tecnologia a favor da empresa, pois é um ativo humano, aponta o professor.

“O ‘home office’ já se mostrou efetivo. Aliado a isso, você tira carros da rua, você desafoga o transporte público, você mobiliza a economia de outra forma. E você faz com que as pessoas tenham mais tempo para cuidar da saúde delas e que elas possam usufruir de coisas que lhes dão prazer. Sem que você tenha uma redução das entregas e do faturamento”, ressalta o professor da FGV.

Portanto, a comunicação, de acordo com ele, deve ser centralizada em canais específicos para que instruções claras sobre procedimentos continuem na rotina dos clientes, consumidores e colaboradores.

“A adoção de metodologias ágeis também permite uma resposta mais rápida aos novos desafios do dia a dia. O processo de análise, reorganização e tomada de decisão precisa acompanhar o ritmo das mudanças”, afirma Miceli.

2. Autogestão: interação e colaboração individual

A autogestão é uma cultura organizacional que se aplica a todos os tipos de negócios. Ela busca uma tomada de decisão distribuída para que haja melhor clareza nas responsabilidades e ao mesmo tempo fluidez na liderança.

No âmbito empresarial, PJ e autônomo, consiste em ter pessoas como mentores e parceiros que auxiliam neste processo, no qual suas opiniões ajudam na escolha do melhor caminho a ser seguido com o negócio. Cria-se assim, empresas mais humanas e que são guiadas por um propósito maior em ajudar as pessoas do outro lado, ou seja, seus clientes de forma integral sem deixar de lado a qualidade e a excelência das entregas.

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