A mentira midiática
O que é o Fenômeno fake news, a
pós-verdade, da inverdade, a mentira tendenciosamente espalhada pra encobrir a verdade...
O Fenômeno onde o sujeito consome aquilo que
converge com sua própria concepção de mundo.
Um comunicado da ONU, assinado
pela Organização dos Estados Americanos (OEA), pela Organização para Cooperação
e Segurança na Europa e pela Comissão Africana sobre Direitos Humanos e dos
Povos, afirmou que as notícias falsas, a desinformação e a propaganda
representam uma preocupação global, mas, os esforços para combatê-los podem
levar à censura, e que as notícias falsas são divulgadas por governos, empresas
e indivíduos, e o objetivo é, entre outros, enganar a população e interferir no
direito público do conhecimento sobre os assuntos.
(Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-03/onu-diz-que-noticias-falsas-representam-uma-preocupacao-global>.
Acesso em: 30 de Abril de 2017).
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As pressões
internacionais contra o Facebook e a Google se intensificaram
conforme acompanhou o portal DinheiroVivo.com. Em Dezembro de 2016, o
portal publicou matéria em que o presidente da Comissão da União Europeia,
Jean-Claude Juncker, advertiu para o combate às notícias falsas, e que a União
Europeia vai acompanhar as medidas
anunciadas pelas empresas, para travar a propagação dessas notícias. “Liberdade também
significa responsabilidade”, afirmou
o presidente.
Em 30 Janeiro de 2017, o portal
publicou outra notícia da Agência Associated Press informando que uma
Comissão do Parlamento britânico abriu inquérito para investigar o fenômeno de
propagação de notícias falsas. Já fazendo um apelo às grandes empresas
tecnológicas para prevenirem a disseminação de notícias falsas. O presidente da
comissão, Damian Collins, afirmou que a tendência constitui “uma ameaça para a
democracia que corroi a confiança pública ”.
Com mais um alerta da União
Europeia, ao afirmar que nações com eleições são alvo preferenciais de
informações não verdadeiras, países como a França e a Alemanha prepararam
ofensivas contra as notícias falsas para que não influenciem no rumo das
campanhas eleitorais. o governo alemão aprovou
multas de até 50 milhões para notícias falsas online, a lei, destinada a
penalizar comentários de ódio e falsas notícias só precisa ser aprovada no
congresso alemão para entrar em vigor. Segundo o Ministro da Justiça da Alemanha,
Heiko Maas, para ser eficaz, a mesma medida precisa ser tomada em nível
europeu.
Acusado de omissão, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, responde às pressões internacionais com declarações de intervenções em algorítmos, bloqueio de anúncios e medidas para ajudar na identificação e eliminação de notícias falsas. Na França, entre outras medidas, a empresa está incentivando sites de checagem.
Com o apoio de trinta e sete
veículos de imprensa e 250 jornalistas que atuam na França, incluindo os mais
importantes jornais impressos, a exemplo do Le Monde, Les Echos e Agence
France-Presse, foi criado no dia 1 de Março de 2017, uma ferramenta para
combater as notícias falsas no país, às vésperas das eleições presidenciais – O
site CrossCheck.
Segundo Andrei Netto,
correspondente internacional em Paris do jornal O Estado de São Paulo, a
plataforma tem participação de grupos internacionais como BBC
Considerações finais
Sem presunção ou
previsibilidade a respeito da funcionalidade plena do CrossCheck, faltando
poucos dias para o segundo turno das eleições presidenciais francesas, a
análise em questão preocupou-se primeiro, em demonstrar o esforço que o jornal
tradicional está fazendo para sobreviver comercialmente, quando números de
pesquisas em todo o mundo, apesar de apontarem a permanência da confiança e da
credibilidade, não anunciam o retorno do lucro em suas receitas.
A análise
conclui nesse primeiro momento, que a ideia de revitalização do jornal vai além
da modernização das redações, da total migração para as plataformas digitais,
do apoio a iniciativas inéditas como o CrossCheck, da popularização e
adesão a iniciativas não tão inéditas como o Fact-Cheking, ou do
financiamento de campanhas publicitárias. O jornal vive, ao estabelecer-se
equilibrado, criterioso. Vive, ao atrair para a redação a responsabilidade do
problema, ainda que não lhe pertença, e oferecendo ao público, um fomento
apurado as suas opiniões, sobre tudo que altera a ordem social, como o fenômeno fake
news.
Contudo, além disso, o segundo fator
determinante é o da bolha informacional, isto é, fala-se de um fenômeno onde o
sujeito consome aquilo que converge com sua própria concepção de mundo. De
fato, não é algo recente, mas que foi intensificado com o poderio proporcionado
pela internet, principalmente, pelas redes sociais. Outros fatores, como o
fechamento algorítmico (sistema de programação das mídias sociais) e a internet
como espaço para disseminação de opiniões, são derivados deste fenômeno maior.
Mas, uma vez que há um acirramento de
consumo, o leitor se sente mais vulnerável a trombar com informações de origem
incerta e que estão mais propensas a carregar opiniões embutidas.
A partir daí, ele recorre ao jornal
impresso como sua fonte mais segura. Contudo, a avaliação - na maioria das
vezes - não é feita com base em princípios críticos, leva-se em conta a própria
credibilidade do papel. A bolha informacional culmina para que haja uma baixa
confiança nas informações que surgem no interior dos blogs e sites menores
(menos de 30% dos entrevistados da PBM, confiam sempre ou muitas vezes nestas
fontes) o que explica um público que se volta para os portais das grandes
mídias e seus respectivos impressos.
AUTOR(A): Priscila
Costa Dourado
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